Futebol é arte. É literatura.

Perguntando para muitas pessoas se estão animadas para a Copa do Mundo na Russia, a resposta tem sido “Não estou nem aí para o futebol.” Muitos torcem o nariz, achando talvez não haver cultura nessa atividade.  Para mim, assistir um jogo de futebol tem a ver com criatividade, surpresa, agonia, sofrimento, alegria, clímax.  Não são esses os componentes de uma boa obra?  Pesquisando na internet, descobri muito do que já sentia: Literatura e Futebol podem ser mencionados na mesma sentença! Futebol é um tema decisivo para a literatura brasileira.  Como não lembrar do pernambucano Nelson Rodrigues (tricolor fanático) e suas crônicas em jornais e revistas? “O “entendido” só não se torna abominável porque o ridículo o salva”, “Quem paga e quem perde as partidas é a alma”, “a arbitragem normal e honesta confere às partidas um tédio profundo, uma mediocridade irremediável.” O que ele escrevia era sem dúvida literatura.  Carlos Drummond de Andrade, no livro “Quando é dia de futebol”, homenageia Garrincha e termina uma crônica com uma recomendação: “Vai brincar, pois para isso nasceste.” São muitos os que escreveram sobre futebol.  Desde Graciliano Ramos até Rubem Fonseca. Mas vou deixar aqui, uma preciosidade da Clarice Lispector, botafoguense do coração: entrevista com Zagallo publicada no Jornal do Brasil de 28 de março de 1970.

 

http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=030015_09&PagFis=5220&Pesq=lispector+futebol

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